"Ela sabe que não se consegue precisar o momento, a hora, o dia em que uma pessoa fica apaixonada. Sempre um pouco antes, sempre um pouco depois. Ela sabe que não se pode revelar definitivamente como, e porquê, uma pessoa ficou apaixonada por esta pessoa, precisamente esta, e não por outra muito parecida com ela. Qualquer razão perde a razão. O que uma pessoa pode sentir é se está ou não apaixonada. Que houve um estreito abismo, sem saber quando nem como, sobre o qual sabe que saltou. Sem poder avaliar as consequências. Como uma doença. Não é só isso. Uma pessoa quando está apaixonada não está continuamente apaixonada, muito menos com a mesma intensidade. Varia muito. Acontece uma pessoa duvidar se está ou não apaixonada. Ficar totalmente baralhada. É mais fácil uma pessoa sentir a paixão por outra pessoa quando ela não está presente. Isso parece-lhe um facto. A sua ausência aumenta o poder da sua presença. A paixão é mais sua, mais inteira, há menos interferências. Com ela é assim. Sente um vazio que só o outro, único no mundo todo, vai poder preencher, sarar, cuidar. Uma espécie de saudade imperiosa. Uma questão de vida ou de morte."
Rosa Vermelha em Quarto Escuro, Pedro Paixão
"Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer." [M.S.T.]
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e, depois de ler isto, faz tudo sentido... adorei :)
ResponderEliminarbeijinhos teresa *
sem palavras. este é daqueles que nos deixa mesmo sem mais nada para dizer, não é?!
ResponderEliminare como já senti tudo isto.. e tenho realmente saudades de o sentir.
ps - a cada dia que passa me dá mais prazer cá vir. os posts melhoram de dia para dia.**
Quem nunca sentiu uma saudade tão imperiosa quase capaz de matar?
ResponderEliminarGostei mesmo Teresa (:
Beijinho.
Adorei ler esse livro.
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