"Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer." [M.S.T.]

14.9.09

"You never know the biggest day of your life is the biggest day. Not until it's happening. You don't recognize the biggest day of your life, not until you're right in the middle of it. The day you commit to something or someone. The day you get your heart broken. The day you meet your soul mate. The day you realize there's not enough time, because you wanna live forever. Those are the biggest days. The perfect days."

Grey's Anatomy

12.9.09

13.
 A Eva é uma besta. Uma autêntica cabra. Um demónio em pele de anjo derradeiro e mortal.
Solta-me desse antro de perdição que é o teu coração, estripa-me com as lágrimas que derramas quando te sentes a pessoa mais infeliz do universo.
És a crueldade, o ódio, a raiva, a fúria, a morte, o medo e a desolação. És um nada, mas vales tudo para mim.
Vou procurar-te até que só reste o cansaço e os pedaços de um corpo ensanguentado que outrora foi meu. Vou percorrer o trilho do inferno em tua busca, vou vender a alma e a inteligência ao diabo. Vou fazer de ti uma assombração, um candeeiro que me adorna e me transporta para o limiar da podridão, da miséria que me afaga e sufoca desde que te perdi.
Não te vou deixar. Não vou esquecer que te foste embora sem te despedir. A parva da tua prima, a Maria Eduarda, não me disse para onde tinhas ido, mas eu consegui descobrir… O Brasil é o local ideal para continuarmos a alimentar o nosso amor platónico que tantas capas de revista vendeu. Preciso que o sonho volte a pairar sobre a vida mágica e intensa a que me habituaste.
Adoro-te. Adoro-te como se fosses Deus. Adoro-te e detesto-te ao mesmo tempo. És a minha salteadora de estradas e corações. A minha rameira, a minha deusa, o alento que trinquei e deixei a meio.
Vou procura-te, nem que seja a última coisa que faça. Quero os telefonemas das revistas a pedir entrevistas exclusivas, quero voltar a fazer correr tinta e a colorir papel com as fotos brilhantes de antes. Quero os teus beijos calorosos e molhados, o teu perfume suave com sabor a violetas. Quero a minha vida de protagonista universal e duradouro. Quero ser o centro das atenções e ter os focos de luz minuciosa e altiva para mim dirigidas.
 

10.9.09

12.
A maré reflui e leva consigo a significância progressiva do que sinto pela Eva.
A protecção e equação de amizade prometida já não valoram o riso eterno da princesa que morreu.
Partir para o Brasil foi assinar a morte psicológica que eu tantas vezes tentei evitar. Arrendou-me o coração e a vida e agora não tenho força nem vontade de procurar um novo inquilino.
Ontem jantámos juntos. Como forma de despedida. De último sorriso, de últimas lágrimas. O barulho do silêncio entrou pela casa dentro repetidamente. Tínhamos infinitas coisas para dizer e não conseguimos. Olhamo-nos tantas vezes e tantas vezes recordamos em surdina os momentos de um passado tão duro e tão bom. Tão doce e tão refugiado.
Restam as fotografias, a memória dos aplausos que lhe ofereci e dos gritos que nunca fui capaz de lhe dirigir, dos segredos que não lhe contei e do vício a que me aprisionei.
"Francisco, vou ter saudades tuas", como se fosse só isso que eu fosse ter dela. Saudades. O amor não se resume ao facto de sentir falta. Mas à certeza de que a distância não mudará em nada os sentimentos mais nobres e profundos.
A Eva matou-me. Ou pior, está a matar-me lentamente. Se ela era o ar que eu respiro, já tenho pouco. Se ela era a vida que eu procurava num caminho progressivo para a morte, então já sou cinzas, pó, nada. Se ela era a circunstância, a estrela, o sol, o mar, o arco-íris, então o mundo já não existe. Se eu era dela, ela já não é minha.
Não percebo, mas entendo. Ela precisa de encontrar novos caminhos, um rumo diferente. O rio mudou de curso. As estrelas do seu olhar cintilam noutro lugar. O vento sopra e afasta-a. Ela não volta mais. Nem para Portugal, nem para junto de mim, nem para o próprio coração.
Os sonhos afundam-se lentamente nesse oceano de serenidade que ela tem medo de conquistar. Do Pacífico, ao Índico, apenas o Atlântico nos separa, mas parece que galáxias inteiras nos barram e não a protegem.
Ela sabe que eu vou estar sempre aqui. Conheço-a mas nada a traz para o meu colo neste preciso momento. Nada. A presença mágica e amorosa é fundamental numa altura em que para mim tudo deixou de fazer sentido.
O tempo passa e tudo o que poderia ter mudado fica estático, suspenso à procura do seu sorriso, das suas lágrimas, do coração pintado por flores de cores infinitas.
Pela primeira vez na vida, olhando para os olhos profundos e imensos que guardo no cofre secreto da amizade e do amor, eu vejo uma Eva que acredita, que sofre mas que sabe que tem muito para aprender e para ensinar. Uma Eva mais decidida, menos dependente dos sentimentos dos outros. Uma Eva que eu ajudei a aprender a viver e que agora me deixa e me faz ser infeliz.
Eva, volta. Para o teu mundo, para os teus sonhos, para as circunstâncias apaixonantes que crias com os tons de rosa que trazes no teu coração. Volta! Não por mim, mas por ti.
 
 

8.9.09


Voltar aqui faz-me olhar para trás. Voltar aqui faz-me chorar. Voltando aqui percebo que tenho uma história, mais ou menos bonita, mais ou menos triste. Mas uma história com muito amor, uma história murada de sorrisos e abrilhantada com lágrimas. Uma história com personagens reais e testemunhas de uma estória que valerá sempre a pena.

6.9.09

Ter-te dentro de mim. Um dia, escrevo sobre isto. Um dia, vou ter o que escrever sobre ti.
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